Nossa campanha nasceu em abril de 2020, como uma resposta ao agravamento das desigualdades sociais causado pelo início da pandemia do novo coronavírus. Como militantes das causas sociais, não poderíamos ficar paradas enquanto o vírus e a fome assolavam as periferias da nossa cidade. Com o nome BH Fica em Casa, começamos a arrecadar dinheiro para comprar e entregar cestas básicas para algumas famílias da região do Barreiro. Nosso objetivo era permitir que aquelas pessoas, muito dependentes do trabalho informal, tivessem mínimas condições de fazer o isolamento social. Com mobilização na internet e arrecadando dinheiro pela nossa vaquinha, entregamos alimentos e produtos de limpeza e higiene para mais de 30 famílias.

Como feministas e homens aliados à causa, nós, voluntárias e voluntários da BH Fica em Casa, tomamos essa como a nossa nova missão. A partir daí, ajudamos mais de 70 mulheres com a entrega de kits maternidade e de higiene pessoal. Entregamos absorventes e fraldas descartáveis, sabonetes, shampoo, desodorantes, algodão, lenço umedecido, cotonetes, álcool, máscaras, entre outros itens. Com cada "obrigada" e sorriso (com os olhos) sincero que recebíamos, fomos ficando cada vez mais incentivadas a continuar esse trabalho voluntário, e gratas pela troca que estávamos tendo com aquelas mulheres.

A partir dessa experiência, floresceu em nós um novo projeto. A BH Fica em Casa, que era para ser uma campanha sazonal, transcendeu o contexto da pandemia e chegou a um problema estrutural da nossa sociedade: a falta de dignidade menstrual. Uma realidade que atinge 12% da população feminina do planeta [ONU Mulheres] e, no Brasil, atinge principalmente as mulheres negras e os homens trans que menstruam. Tomamos então a decisão de nos transformar em uma campanha permanente que combateria essa realidade. Renascemos como Flores de Resistência.

Assim como a flor de Mandacaru, somos símbolo de resistência em meio a uma realidade espinhosa. Somos organização coletiva numa sociedade individualista. Somos vida e empoderamento frente a um governo que nos quer em situação de submissão e morte. Também somos consciência ecológica, por isso, escolhemos trabalhar com produtos não-descartáveis, como absorventes e fraldas de pano, diminuindo a produção de lixo poluente.

Mas e agora? Agora, para garantir que 60 kits de calcinhas absorventes e absorventes de pano sejam distribuídos, temos a meta de arrecadação de R$ 10.000. Desses, 7.000 serão destinados para os kits em si e o restante irá viabilizar a realização de encontros e rodas de oficina com as mulheres dos territórios para poder tratar de assuntos relacionados à saúde reprodutiva! 

Vamos poder financiar toda a logística das doações e encontros, tais como transporte, materiais educativos de qualidade, coffee break, equipamentos e demais gastos transitórios.

Com essa primeira meta, atenderemos 60 mulheres da Ocupação Camilo Torres e da Vila Cemig, na região do Barreiro, nosso território de atuação. Cada pequena doação é muito importante para nós, então, se puder, contribua com 5, 10, ou 20 reais! Mas se não puder, ajude a gente seguindo nossas redes sociais, engajando com nossos posts e compartilhando com a galera! É de graça e nos ajuda muito.

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